A "Sinfonia na Cidade: cartografando o patrimônio imaterial do Paraná através da educação sonora" é um projeto de extensão que busca valorizar e preservar o patrimônio sonoro do Paraná. A iniciativa propõe integrar a educação sonora aos currículos universitários e desenvolver atividades culturais em comunidades paranaenses, sensibilizando para a importância da paisagem sonora na identidade cultural. Alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o projeto visa fortalecer o patrimônio imaterial paranaense, utilizando arranjos culturais como ferramentas para resgatar memórias sonoras e preservar paisagens sonoras cotidiana. A promoção destes espaços formativos para uma sociedade mais sustentável e criativa, transcende as escolas e explora a cidade como território educativo. Portanto, essa proposta extensionista visa educar para valorizar e perpetuar o patrimônio sonoro do Paraná, fortalecendo a relação entre universidade e sociedade.
Percurso metodológico da cartografia sonora
O percurso metodológico da cartografia sonora envolve o mapeamento e a representação de paisagens sonoras, destacando como os sons formam e refletem os territórios. Ao contrário de abordagens tradicionais, essa metodologia busca entender a relação das comunidades com seus sons, suas histórias, e como estes podem ser preservados ou transformados. A cartografia sonora permite explorar tanto o som como elemento de identidade quanto a maneira como ele interage com o ambiente e com as experiências humanas.
🎶🔍 Desvendando o patrimônio sonoro
Este componente da cartografia sonora visa identificar, registrar e interpretar os sons que constituem o patrimônio cultural de uma comunidade. Sons de diferentes origens—sejam eles naturais, urbanos ou culturais—são analisados como testemunhos vivos das práticas cotidianas, da memória coletiva e das dinâmicas sociais. A ideia é compreender como esses sons se entrelaçam com a história e o desenvolvimento da comunidade, muitas vezes oferecendo uma nova perspectiva sobre o passado e seu significado.
🗣️🌍 A voz da comunidade e desafios de preservação
A metodologia de cartografia sonora coloca a comunidade no centro do processo. As vozes dos habitantes locais são essenciais para a construção do mapa sonoro, pois são essas vozes que conhecem e experienciam os sons de seu entorno. Além disso, surge o desafio da preservação: como garantir que os sons que definem uma comunidade não sejam perdidos ou alterados pela urbanização, pela globalização ou pela digitalização? Isso implica em trabalhar com questões de acessibilidade, arquivos sonoros, e a criação de métodos para preservar e compartilhar essas sonoridades com as futuras gerações.
⏳➡️🔮 Conectando o passado com o futuro
Ao mapear o patrimônio sonoro, a cartografia sonora também busca conectar o passado da comunidade com suas possíveis futuras transformações. Como os sons do presente interagem com os ecos do passado? E como os sons do futuro podem ser moldados por essas experiências? Essa conexão é fundamental para a preservação da memória coletiva, enquanto abre espaço para a inovação e adaptação da identidade sonora ao longo do tempo.
📢⚡ Educação sonora, um chamado à ação
A cartografia sonora não é apenas uma prática de documentação, mas também um convite à ação. Ao engajar a comunidade na criação e preservação de seus próprios mapas sonoros, busca-se fomentar um senso de pertencimento, responsabilidade e ativismo. O mapeamento se torna uma ferramenta para que os indivíduos e grupos se conectem com o seu território de maneira mais profunda, compreendendo a importância dos sons e lutando para proteger esses recursos imateriais que são essenciais para sua identidade cultural e ambiental.
Sinfonias do Paraná: escutas e heranças sonoras
Esses sons do cotidiano, muitas vezes invisibilizados, tornam-se marcos sonoros essenciais na preservação do patrimônio imaterial e na valorização das heranças sonoras, as Sinfonias do Paraná. A partir dessa constatação, as atividades de educação sonora propostas neste projeto desempenham um papel crucial ao proporcionar espaços de escuta ativa, reflexão e criação, permitindo que as comunidades reconheçam e se apropriem desses sons como parte integrante de suas identidades e histórias.
Os patrimônios imateriais do Paraná foram analisados para destacar marcos sonoros, revelando como os sons cotidianos das comunidades carregam memórias, identidades, compondo as Sinfonias do Paraná de seus territórios de vida.
🎶👣 No Fandango Caiçara, os sons dos sapateados e das palmas durante a roda de dança mostram como a musicalidade está presente no dia a dia das comunidades litorâneas.
🌊🐦 No Parque Nacional do Iguaçu, o som contínuo das águas e das quedas foi percebido como parte da vivência diária das populações que habitam ou visitam a região, criando uma paisagem sonora que conecta natureza e cultura.
🦜🌳 Nos Caminhos do Peabiru, os cantos das aves, surgem como presença constante nas trilhas e nos quintais, sendo guardiões sonoros da floresta e dos saberes indígenas.
🕯️💬 Nas Práticas da Saúde Popular, as rezas, com seus murmúrios, cantos e sons de objetos ritualísticos, revelam um cotidiano de fé, cuidado e resistência, transmitido por meio da oralidade.
🎶🌾 A canção “Bicho do Paraná”, por sua vez, foi analisada não apenas como um hino regional, mas como um som que ecoa em rádios, festas e manifestações populares, reforçando o orgulho e a identidade local.
A educação sonora nesse contexto visa sensibilizar as pessoas para a importância dos sons cotidianos que, muitas vezes, passam despercebidos, mas que carregam profundas significações culturais, históricas e afetivas. Por meio de intervenções extensionistas, os arranjos culturais propostos incentivam a escuta e a criação sonora, buscando não só preservar esses sons, mas também promover sua valorização e transmissão intergeracional.