Cartas às Águas é uma intervenção sonora inspirada no Parque Nacional do Iguaçu, patrimônio natural do Paraná que entrelaça memória, imaginação e paisagens sonoras do naturais. A ação convida os participantes a mergulhar na escuta sensível das águas do Rio Iguaçu - suas histórias, murmúrios e ausências - como forma de ampliar a consciência ecológica e sonora em tempos de emergência climática. Em consonância com o Dia Internacional do Silêncio e com práticas de justiça acústica, a intervenção propõe a criação de um espaço de contemplação e reflexão: o Manifesto Cartas às Águas, uma ação que valoriza os sons sutis e naturais, especialmente os fluxos e vazios deixados pelas águas em transformação.
"Não existe silêncio mais profundo que o silêncio das águas" [1]
O objetivo central deste manifesto é sensibilizar a comunidade para a importância dos sons da água — muitas vezes abafados pelo ruído urbano — como parte do patrimônio sensível das cidades e das florestas. A metodologia baseia-se em três eixos: escuta imaginativa, narrativas sonoras e escrita poética. Primeiramente, a “Lenda das Cataratas” é narrada com ênfase nos elementos sonoros, despertando a escuta afetiva. Em seguida, os participantes são convidados a silenciar e escutar as águas — reais ou imaginadas — ativando memórias e sensações. Por fim, ocorre o momento de escrita criativa, em que os participantes redigem minicontos e cartas poéticas que compõem o manifesto coletivo “Carta às Águas”. A intervenção promove uma escuta expandida do ambiente, conectando os participantes à vitalidade e fragilidade das águas em suas múltiplas formas.
Ao reconhecer o silêncio como espaço fértil de escuta e cuidado, a intervenção Cartas às Águas propõe uma abordagem sensível e crítica sobre o papel das águas no tecido sonoro e simbólico da vida. Afinal, não há silêncio mais profundo que o das águas — e é nesse silêncio que se revelam memórias, urgências e afetos. A intervenção convida à escuta atenta, à preservação e ao cultivo de vínculos com as paisagens sonoras das águas que ainda resistem.
🎥 Entre silêncios, lendas e murmúrios, este manifesto transforma escuta em escrita e silêncio em memória coletiva. Aperte o play e deixe-se levar pelo fluxo das palavras que escutam e respondem às águas.
Kit Pedagógico "Escutar é Reexistir"
O Sinfonia na Cidade convida educadores, artistas, coletivos e agentes culturais a mergulhar na escuta das águas — suas ausências, murmúrios e memórias — explorando o silêncio como espaço fértil de criação, consciência ecológica e transformação sensível. Organizamos uma proposta pedagógica e poética inspirada na intervenção Cartas às Águas, que estimula a escrita a partir da escuta, o protagonismo criativo e a valorização das paisagens sonoras naturais, especialmente aquelas ameaçadas pelas transformações ambientais. Este kit de atividades de educação sonora é um convite para multiplicar experiências de escuta profunda em escolas, praças, centros culturais, margens de rios e outros territórios onde a água ainda fala — ou silencia.
Guia de ativação "Carta às águas"
✨ Transforme silêncio em palavras, escuta em gestos e água em memórias. Organize sua própria intervenção e celebre o silêncio das águas do seu território.
🎓 Material para educadores
Orientações metodológicas, inspirações pedagógicas e sugestões de adaptação para realizar a intervenção Cartas às Águas em diferentes contextos educativos e comunitários.
Disponível para download em breve
🎒 Material para participantes
Uma lembrança visual e sonora da intervenção. Pode ser usada como convite à escuta, registro poético ou estímulo à escrita de novas cartas às águas.
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Notas
[1] SARAMAGO, José. O Silêncio da Água. 1. ed. Lisboa: Porto Editora, 2022.